domingo, 27 de novembro de 2011

16 DIAS DE ATIVISMO 2011


As promotoras Legais Populares de Passo Fundo, articuladas com mulheres do campo e da região nos mobilizamos nesse dia 25 de novembro - Dia da Eliminação da Violência Contra a Mulher, em atividades que estão na  programação dos 16 Dia de Ativismo.




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

16 DIAS DE ATIVISMO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER



  20 de novembro – 10 dezembro de 2011


A cada ano, desde 1991, dezenas de milhares de ativistas de todas as regiões do mundo têm participado na campanha dos 16 dias de Ativismo pelo fim da Violência contra Mulher.
Você sabia que a violência atinge mulheres de todas as raças, classes sociais, culturas e religiões?
 É pela sua eliminação que nos mobilizamos.             

 QUEM SOMOS?
   
Somos mulheres trabalhadoras, do campo e da cidade, negras, brancas e índias, pobres e ricas em busca de um mundo de paz e igualdade de direitos.

O QUE DENUNCIAMOS?

·         Violência física e psicológica contra a mulher.
·         Exploração e o não reconhecimento da força do trabalho dentro e fora de casa.
·         Exploração do corpo em vista de propaganda, lucro e um padrão de beleza imposto pela sociedade machista e capitalista.
·         Situação de vulnerabilidade das mulheres por falta de políticas públicas.
·         Modelo de sociedade machista e capitalista, que empobrece as mulheres  e as classes  trabalhadoras.
·         Violência do agro negócio que produz alimentos contaminados.
·         Todos os tipos de preconceitos: sexual, racial, homofóbico, contra portadoras de HIV  e pessoas com deficiências.

O QUE NÓS QUEREMOS?

O empoderamento das mulheres com políticas públicas de Estado para mulheres do campo e da cidade:
·         Acesso à saúde integral da mulher.
·         Ter acesso à educação e profissionalização publica de qualidade.
·         Facilitação de acesso ao financiamento habitacional
·         Construção de escolas de educação infantil  de turno integral.
·         Geração de trabalho e renda
·         Alimentação saudável, sem agrotóxicos.
·         Cumprimento das leis que garantem a segurança integral das mulheres na situação de denúncias de violência.
·         Capacitação dos profissionais no atendimento às mulheres em todos os departamentos públicos.
·         Educação não sexista, não homofóbico, não racial.


 PROGRAMAÇÃO:

Dia 25 de novembro - Dia Internacional da Não-Violência contra as mulheres, partir das 14:00 horas na Praça Central  Marechal Floriano Peixoto com atividades como: Telão com DVD de músicas da lei Maria da Penha, Planfletiação, Saco para Denúncias Anônimas e apresentação de Simbologias sobre Violência.

Dia 06 de dezembro - Dia do Massacre de Mulheres de Montreal, e Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Atividades de planfletiação nas empresas de Passo Fundo.

01 de dezembro - Dia Mundial de Combate à Aids.

Dia 10 de dezembro - Dia Internacional de Direitos Humanos.

Território da Paz


Aconteceu ontem, terça-feira dia 22 através do governador Tarso Genro a oficialização e o lançamento do programa Território da Paz do programa RS na Paz. Sendo que  Passo Fundo foi o primeiro município do Estado a receber o programa. Duas regiões com aproximadamente 20 mil habitantes, nos bairros Integração e José Alexandre Zachia terão ações implantadas com o objetivo de combater e reduzir os números de violência e da criminalidade, além de oferecer projetos sociais à população que se encontra em situação de vulnerabilidade, o programa possibilita a prevenção da violência e a convivência pacifica nas comunidades. As Promotoras Legais Populares estiveram presentes no lançamento do programa.








Mulheres usaram a cozinha para inventar a Química


Mulheres usaram a cozinha para inventar a Química

 Com informações da Agência Fapesp - 16/11/2011

Um mundo quase essencialmente masculino hoje, os laboratórios científicos tiveram sua origem na cozinha, pelo trabalho das mulheres.
Foi por meio da habilidade de atear e controlar o fogo para preparar os alimentos - considerados uma atividade difícil e propriamente feminina - que as mulheres ajudaram a desenvolver até meados da Idade Média uma série de produtos.
Entre eles estão os primeiros destiladores, extratos, além de perfumes, medicamentos, pomadas e licores.
"A cozinha era um espaço restrito para a maioria das mulheres. E foi entre a preparação de caldos e guisados que elas começaram a praticar o trabalho de laboratório desenvolvendo uma série de produtos que, posteriormente, passaram a ser utilizados por médicos e botânicos, na maioria das vezes se apropriando das descobertas femininas e não lhes atribuindo o devido crédito", afirma Ana Maria Alfonso-Goldfarb.
Ana Maria, professor da PUC de São Paulo, fez assim a introdução para sua palestraA contribuição de Marie Curie para a ciência e um olhar sobre o papel das mulheres cientistas, apresentada durante o Ciclo de Conferências Ano Internacional da Química - 2011.

Medicina da cozinha
Segundo a pesquisadora, foi entre os séculos 16 e 17, quando o prelo se tornou importante e aumentou a circulação dos livros, que a "medicina da cozinha" ou "química das damas", como foi denominado esse trabalho realizado pelas mulheres nos laboratórios-cozinha da época, ganhou maior importância.
Algumas delas, que tinham mais posses ou importância social, começaram a publicar livros com seus nomes. Uma delas foi a rainha Henrietta Maria (1609-1669), da Inglaterra, que financiou a edição do livro The Queen's Closet Opened.
Entretanto, essa fase, que durou entre 50 e 60 anos, acabou justamente no momento em que surgiram os laboratórios, que marcaram a ciência moderna. "Como decorrência desse fato, as mulheres começam a voltar discretamente para a cozinha", disse Ana Maria.
Já no século 18 surgiram os grandes salões literários, onde as mulheres ditaram o tom. Porém, de acordo com a pesquisadora, elas não tinham acesso às sociedades científicas ou aos grupos restritos de cientistas da época, onde a ciência, de fato, era feita.
Em função disso, são raros os exemplos de mulheres que conseguiram ter algum destaque, ainda que superficial, na ciência realizada nessa época. Alguns dos poucos exemplos são os da madame Émilie du Châtelet (1706-1749) e de Marie Anne Pierrete Paulze (1758-1836), a madame de Lavoisier.

Tarefas de paciência
Já entre os séculos 19 e 20 se iniciou o processo de educação científica feminina nos países saxônicos e anglo-saxônicos a conta-gotas, quando as primeiras mulheres conseguiram ter acesso às faculdades. Porém, a maioria que conseguia se formar acabava voltando para casa frustrada, por não conseguir trabalhar.
Como saída, algumas delas direcionaram suas carreiras para áreas que estavam passando por uma reformulação de bases ou emergindo, e que demandavam um trabalho fastidioso de cálculos e observações que não raro duravam meses. Entre essas áreas estavam a cristalografia, a astronomia e a radioatividade.
"Foram nessas áreas que sobrou espaço para as mulheres e nas quais elas foram recebidas, porque tinham que ser abnegadas e dedicadas para realizar um trabalho duro, pesado e que repelia o sexo masculino", explicou Ana Maria.
Não por acaso, Marie Curie (1867-1934) se tornou a primeira mulher a ser laureada com o Prêmio Nobel de Química, em 1911, e o de Física, em 1903, que dividiu com seu marido, Pierre Curie (1859-1906) e com Antoine Henri Becquerel (1852-1908), justamente por suas pesquisas sobre radioatividade.
A filha da cientista polonesa radicada francesa, Irène Joliot-Curie (1897-1956), tornou-se a segunda mulher a ganhar o Nobel de Química, em 1934, com o marido Frédéric Joliot-Curie (1900-1958), pela descoberta da radioatividade artificial.
E as outras duas únicas mulheres que receberam o prêmio Nobel de Química, entre os 159 laureados com a honraria - a egípcia, radicada inglesa, Doroty Crowfoot Hodgkin (1910-1994) e a israelense Ada Yonath -, foram premiadas por pesquisas em cristalografia.

Marie Curie
De acordo com Ana Maria, além de Marie Curie, outras mulheres de sua época foram indicadas ao prêmio Nobel. Porém, a cientista francesa conseguiu se distinguir das demais e não se tornar mais uma "ilustre desconhecida" na história da ciência, além de sua genialidade, pela maneira como conseguiu projetar sua imagem.
"Ela era, de fato, talentosa, abnegada, uma fábrica de ideias, e soube potencializar isso como poucas mulheres. Ela registrava tudo e sempre aparece nas fotografias da época atarefada e compenetrada, observando ou realizando experimentos", disse Ana Maria.
Além disso, Curie soube escolher os homens certos. O marido, Pierre Curie, que a conheceu na Universidade de Sorbonne, onde era professor de física, tinha uma enorme admiração por ela. E seu orientador, Becquerel, com quem o casal dividiu o Nobel de Física, era uma figura complacente, que facilitou muito o seu trabalho de pesquisa.
"Ela conseguiu penetrar o núcleo duro da ciência da época, sem dúvida, pelo trabalho, excelência e dedicação à pesquisa. Mas, também, com muita estratégia", avaliou.

Casal Curie
A cientista só conseguiu atrair a atenção de Pierre para suas pesquisas sobre radioatividade quando Gabriel Lippman (1845-1921), que era supervisor dela em Sorbonne, leu seu primeiro trabalho na Academia de Ciências de Paris, na qual ela não foi aceita como membro.
O trabalho só foi reconhecido e passou a ser discutido pela comunidade científica da época quando Pierre assinou juntamente com ela os resultados.
"Esse reconhecimento científico só ocorreu quando se formou a figura do casal. E esse fato tem uma relação direta com uma noção de gênero que havia na época, chamada de complementaridade sexual, que está relacionada com a longa história do isolamento da mulher das práticas laboratoriais", disse Gabriel Pugliese, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), durante o evento.
Segundo Pugliese, por essa noção de gênero da época, o homem era vinculado à política, ao espaço público, enquanto a mulher estava restrita à esfera privada, aos trabalhos domésticos. Uma complementaridade de funções que está ilustrada na própria forma como Marie e Pierre Currie dividiram o trabalho de pesquisa sobre a radioatividade.
Enquanto Marie ficou encarregada de realizar os experimentos para purificar os elementos radioativos (o trabalho "doméstico"), Pierre foi incumbido de estudar as radiações emitidas pelas substâncias químicas (o trabalho de laboratório).
"Isso também tem relação com a noção de laboratório como cozinha, em que Marie Curie aparece como aquela que faz os experimentos, uma auxiliar do Pierre, enquanto ele faz o trabalho mais prestigioso de pensar e cumprir o ofício de chefe do laboratório, procurando recursos e estabelecendo relações com outros cientistas", disse Pugliese.
"A intenção dos organizadores do Nobel, na época, era premiar apenas Becquerel e Pierre, mas esse último, ao saber disso, recusou-se a receber o prêmio sem dividi-lo com Marie", disse.
Fonte tirada do site: www.inovacaotecnologica.com.br