domingo, 17 de junho de 2012


Mulheres da Paz começam trabalho de campo

Neste dia 14 de junho as mulheres da paz das quatro regiões de Passo Fundo reuniram-se no salão do júri para uma atividade que teve o objetivo de integrar e fortalecer os laços com a equipe multidisciplinar e as entidades e autoridades parceiras do projeto. Inclusive com a presença das Promotoras Legais Populares.
Durante o evento, representantes de cada uma das regiões de abrangência do Projeto Mulheres da Paz se manifestaram sobre o desafio de serem conselheiras e mediadoras de conflitos. Elas também entregaram às autoridades uma “Carta Aberta” das Mulheres da Paz para Passo Fundo. 
A partir dos próximos dias, elas começarão a atuar junto às comunidades, aonde terão a responsabilidade de difundir a cultura da paz, por meio de ações sociais.


Carta das Mulheres da Paz para a comunidade de Passo Fundo 

Nós, Mulheres da Paz de Passo Fundo, através do conhecimento que construímos, temos a missão de ouvir e orientar as pessoas da comunidade para que busquem uma vida com dignidade humana.
Sabemos que vivemos numa democracia e, por mais que seja possível apontar uma série de problemas existentes na vida social e política da nossa sociedade, não podemos enfraquecer diante desta realidade, precisamos sim, é lutar pela garantia dos direitos humanos, de todo cidadão e toda cidadã.
Quando refletimos sobre os direitos humanos sonhamos com uma Passo Fundo melhor, onde haja, conforme estabelece a nossa lei maior, a Constituição Federal, igualdade, respeito, educação, saúde, trabalho, segurança e lazer para todos/as.
Para que isso se torne realidade é preciso ter um olhar carinhoso para as pessoas que residem nas periferias, o cinturão que envolve nossa cidade, pois elas não têm esses direitos preservados e garantidos. Cabe a nós, Mulheres da Paz, ajudar a comunidade a enfrentar as violações de seus direitos e, mais do que isso, ajudá-las a viver protegidas para que nenhum de seus direitos seja violado.
Acreditamos no sucesso de nossa caminhada, mas para isso precisamos de uma integração de todos os órgãos públicos locais para, dessa forma, podermos agir para mudar a realidade atual de nossos bairros em alguns pontos específicos. Por isso viemos, por meio desta, reafirmar alguns direitos que, em nossa visão, ainda não estão sendo garantidos na íntegra.
No que se refere à saúde, temos como necessidades primordiais a qualificação dos ambulatórios para que as vagas sejam preenchidas, com médicos especialistas à disposição e, ainda, para que haja Cais conforme a demanda dos bairros.
Quanto à juventude, é essencial que se invista em políticas públicas de prevenção e tratamento para dependentes químicos, devido à grande demanda do momento. Temos também que ampliar os espaços públicos para a convivência da juventude, para a prática de esportes e para o lazer em geral. Fundamental também que tenham acesso à educação de qualidade.
Em relação à educação e à moradia, avaliamos a urgência de escolas de ensino médio nos bairros que ainda não tem este atendimento, pois em razão da ausência de condições de acesso à escola, adolescentes e jovens trocam o conhecimento pelas ruas. Também há a necessidade urgente de retorno do funcionamento das creches em turno integral, já que os pais não trabalham apenas meio turno. No que se refere à moradia, uma atenção maior para as necessidades primárias, viabilizando água e luz.
Em razão de a violência doméstica ser marcante em nosso município, precisamos que a Delegacia da Mulher funcione permanentemente, inclusive com plantões nos finais de semana. Também são necessárias políticas públicas de prevenção à violência e a melhorias na rede de atendimento à Mulher. E ainda, conforme prevê a Lei Maria da Penha, necessitamos da criação de juizados especiais para atender a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acima de tudo precisamos reeducar a sociedade para que as mulheres não tenham seus direitos violados.
Por isso, contamos com o apoio da sociedade e, principalmente, do poder público para que a nossa luta não seja em vão. De forma integrada e contendo com o engajamento consciente de cada cidadão/ã podemos construir uma cultura de paz com vistas ao crescimento de nossa comunidade de modo que todos possam viver com dignidade humana.






domingo, 3 de junho de 2012

Ações sociais das Mulheres da Paz



Ações sociais das Mulheres da Paz
Durante os meses de abril e maio, as Mulheres da Paz de Passo Fundo reuniram-se em muitos encontros de capacitação, troca de experiências, planejamento, animação e preparação para o trabalho social que desenvolverão a partir do mês de junho. Foram 68 horas de capacitação básica que deram às mesmas as bases para a compreensão de seu papel como orientadoras de cidadania na perspectiva dos direitos humanos. Durante os próximos 10 meses de duração do Projeto, conciliarão seu trabalho social com capacitação permanente, participação em eventos sociais e monitoramento de suas ações através da equipe multidisciplinar.

Dentro em breve, as mulheres da Paz serão percebidas e reconhecidas nos 12 bairros em que as mesmas moram e atuam: Bairros Zachia, Valinhos, Vera Cruz, Santa Marta, Grande Integração, Cruzeiro, São Luiz Gonzaga, Manoel Corralo, Entre-Rios, Victor Issler, Vila Annes e Bom Jesus. No mês de junho,  a incidência maior de seu trabalho nos bairros será o da apresentação do Projeto Mulheres da Paz, do seu papel, das suas atividades, colocando-se à disposição da comunidade para a escuta, o reconhecimento e a percepção das demandas de cidadania. 

O foco do Projeto Mulheres da Paz são a violência contra a mulher e os jovens em vulnerabilidade social. O Projeto é uma parceria entre o Governo Federal, através do Ministério da Justiça e o Município de Passo Fundo, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública e executado pela Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo.

Crédito das fotos: Divulgação CDHPF