quarta-feira, 19 de setembro de 2012

De paciente paciência


“Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência” (Augusto Cury)
Na condição de pacientes, somos desafiados a compreender que a vida tem seu ritmo e seu tempo. Não adianta reclamar, gritar, indignar-se. Fragilizados, a ação da qual resultará a recuperação da saúde ou a reparação de um problema físico ou mental não depende mais só da gente, mas depende da ação de outros. Ao paciente, resta a confiança no trabalho dos profissionais da saúde. E ter esperança e confiança, que se sustentam na “paciente paciência”. O processo da vida caminha em ritmos e tempos que requerem paciência e espera. Em casos como a doença, damos conta que esperar pacientemente passa a ser um exercício e um aprendizado para compreender como a própria existência se constitui e se elabora. Paciente só pode ser sinônimo de paciência. A vida, esta sim, se elabora pacientemente. A experiência da paciente paciência nos revela aspectos da vida geralmente despercebidos pela gente. Revela, sobretudo, que todos somos frutos de investimentos afetivos. Que os investimentos afetivos carregam as marcas do tempo. E que desaprendemos a lidar com a noção do tempo. Revela também que é preciso reconciliar-se com os outros para praticar a solidariedade nos sofrimentos e nas alegrias, nas certezas e nas dúvidas. Vivemos um momento histórico que suprimiu a noção do tempo como um processo de construção de nossa vida e de nossa personalidade. Somos permanentemente induzidos a agir sem esperar, a não dar tempo para amadurecer decisões, a não curtir a vida em sua plenitude, a não dialogar com os outros antes de decidir, a considerar-se sempre suficiente diante da vida e dos outros. Dom Dadeus Grings, ao dissertar sobre vida plena, argumenta que “ninguém pode isolar-se de seu contexto, nem da história da humanidade. Sua experiência não se reduz aos momentos de seu próprio ser. É antes como se relacionou com tudo o que aconteceu ao redor de si e antes dele”. Resta afirmar, então, que a busca por vida plena concretiza-se pela complementariedade e interdependência a que todos somos desafiados a viver. A paciente paciência sugere reconhecermos nossa condição de seres frágeis e interdependentes. A reconhecermos que a paciência não é necessariamente atitude passiva, mas virtude necessária para superarmos as adversidades que a vida nos impõe. A promovermos, por fim, a confiança no trabalho, na dedicação e na inteligência dos outros. A compartilharmos solidariedade para com o sofrimento alheio.
Nei Alberto Pies, professor e ativista de direitos humanos (pies.neialberto@gmail.com)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Desfile por uma cultura de paz!


Aproveitando o desfile do dia 07 de Setembro, as Mulheres da Paz manifestaram sua preocupação com a violência contra a mulher que assusta e amedronta muitas mulheres em nossa cidade e em nosso país. Esta realidade de violência elas conhecem e reconhecem muito bem na realidade de seus bairros e na história de outras mulheres que as mesmas acompanham. Na condição de cidadãs e articuladoras de cidadania, carregaram faixas que lembraram que o "silêncio é um dos elementos que colabora para a cultura da violência". Manifestaram-se ainda pelo direito de todos viverem livres
da violência e da discriminação. Como articuladoras sociais da cidadania, as Mulheres da Paz estão há seis meses em processo de capacitação e atuação social junto aos 22 bairros onde residem. Através das metas estabelecidas pelo Ministério da Justiça: 12 visitas domiciliares, 05 encaminhamentos de cidadania à equipe multidisciplinar e participação em uma reunião com entidades do bairro, buscam construir um ambiente de cidadania, direitos humanos e cultura de paz em nossa cidade. O Projeto Mulheres da Paz é coordenado pela Secretaria de Segurança Pública e executado pela Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo. O término do Projeto está previsto para abril de 2013.

domingo, 9 de setembro de 2012

INTEGRAÇÃO ENTRE MULHERES DA PAZ E PROTEJO

No dia 30 de agosto, jovens do Protejo e Mulheres da Paz compartilharam ricos momentos de integração e troca de conhecimentos culturais. O evento ocorreu no Centro de eventos da Escola Notre Dame. Mulheres da Paz e Protejo são projetos do PRONASCI Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Estiveram presentes autoridades do Legislativo, Executivo, entidades executoras CDHPF Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo e empresa Evidence, aonde destacou-se a importância da integração dos dois projetos, pois visam promover a cidadania e combater a violência praticada contra jovens e mulheres. Contamos com os professores de Educação Física, Jorge e Carolina da Associação Movimento e Cidadania que fizeram uma dinâmica de interação entre os dois grupos numa dinâmica de ritmos e memorizações. Em seguida, os projetos foram relatados pelas equipes de trabalho. Posteriormente iniciou a apresentação de um poema dramatizado. Esse foi um momento ímpar, pois fez o público perceber o verdadeiro sentido do mesmo. A platéia assistiu concentrada a todos os movimentos feitos, tanto na escrita quanto na entrada de símbolos. Seguiram-se as apresentações do Protejo. Primeiramente, foi apresentado um teatro: Uma crônica de “Romeu e suas seis Julietas”. Os jovens conseguiram mexer com a platéia, sendo que ninguém ficou calado, uma gargalhada puxava a outra e assim sucessivamente. Em seguida, eles apresentaram um show com instrumentos musicais. O professor Marcelo do Protejo encaminhou os dois grupos para a praça em frente à escola para finalização do encontro. Foi um momento de descontração, pois teve um show de jogos de capoeira e também músicas instrumentais apresentadas pelos jovens. As Mulheres da Paz interagiram dançando e batendo palmas. Uma das Mulheres da Paz encerrou o evento com algumas palavras de paz, ressaltando a mediação de conflitos e a cidadania como antídotos para a violência. Promotoras Legais Populares estiveram presentes no evento.