segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Combatendo a violência contra a mulher

Um grupo de 50 mulheres ativistas luta pelo fim da violência contra a mulher fortalecendo a discussão sobre a temática “Após ter meus filhos encaminhados na vida, resolvi, depois de ouvir um anúncio de rádio, me inscrever para o curso de Promotoras Legais Populares. Hoje estou orientando as pessoas em reuniões da comunidade, nas escolas, com trabalho de prevenção. Ser uma promotora legal me deu segurança e novas informações de como prosseguir na luta contra a impunidade. Atendo mulheres envolvidas em situação de violência doméstica, e tenho notado que as pessoas que eu oriento, começam a ver com um olhar mais crítico sobre seus direitos. Alguns direitos não sabíamos como defendê-los, como exigir que fossem cumpridos, e aprendemos muitos. Outros sequer conhecíamos; isso permite que no dia-a-dia possamos exercer nossa cidadania e ajudar outras pessoas a serem cidadãs. Sempre fui bem quieta, gosto mais de ouvir do que falar. Ser uma PLP também me tornou interessada, tanto que voltei a estudar, completei o ensino fundamental, depois o médio parti para um desafio maior, faço faculdade de Filosofia”.
(Valda retomou os estudos depois de 32 anos motivada pelo projeto Promotora Legais Populares / FOTO LILIANA CRIVELLO) Tornou a vida da responsável pela Coordenação e sistematização do programa, Valda Maria Nunes Delitzki, que voltou estudar depois de 32 anos. Desenvolvido com 27 mulheres de Passo Fundo com intuito de formá-las sobre vários temas sociais mas fundamentalmente sobre a questão da violência contra a mulher, a Comissão de Direitos Humanos desenvolveu o projeto Promotoras Legais Populares através da Themis. O curso foi realizado no ano de 2000 e disso resultou as Promotoras Legais Populares – PLPs que até hoje atuam em Passo Fundo no tema da violência contra a mulher. Este processo formativo e que resultou na formação de um grupo de ativistas que luta pelo fim da violência contra a mulher fortaleceu a discussão sobre essa temática em Passo Fundo resultando, posteriormente, na criação da Coordenadoria da Mulher, na delegacia da mulher, no conselho municipal da mulher e nas atividades realizadas anualmente que denuncia a situação de violência que ainda as mulheres sofrem como a campanha dos 16 dias de ativismo, as mobilizações e manifestações que as PLPs, a CDHPF e outras entidades realizam em Passo Fundo para denuncia a situação em cobrar ações do poder publico no enfrentamento do problema. Esta mesma experiência da Comissão junto às promotoras legais populares foi fundamental para que hoje a entidade seja a executora do projeto Mulheres da Paz que deverá fortalecer a luta pelo fim da violência contra a mulher em Passo Fundo. A Comissão A CDHPF há mais de 25 anos trabalha na promoção e defesa dos direitos humanos em Passo Fundo. Conforme o coordenador da comissão, Jorge Peralta, durante esse tempo, inúmeros projetos foram desenvolvidos que impactaram positivamente na cidade e hoje fazem parte da mudança social dos municípios. “Entre outros, citamos o trabalho realizado junto aos moradores do Beira Trilho levantando a problemática que envolve essa situação, a violação do direito à moradia e outros direitos. Mesmo que isso não tenha significa concretamente uma mudança na vida daquelas pessoas, o poder público e outras entidades começaram a fazer um debate sobre a temática. O problema ficou conhecido na cidade e várias iniciativas foram realizadas a fim de solucionar o problema, como o grupo de trabalho municipal que estuda o caso”, afirma Peralta. Segundo ele, outro tema importante envolvendo o trabalho da Comissão foram as campanhas de sensibilização sobre os direitos humanos, seja através de cartazes, Spots e VTs veiculados nos meios de comunicação local. “Estas campanhas foram no intuito sensibilizar às pessoas sobre o que significa falar de Direitos Humanos, que isso vai muito além de uma mera sorte, que Direitos Humanos não simplesmente defesa de bandidos, como muitos o entendem, mas diz respeito ás condições de vida necessárias para a dignidade humana”, ressalta o coordenador. Peralta lembra que o Colóquio Nacional de Direitos Humanos, colocou Passo Fundo no centro do debate sobre direitos humanos em nível nacional, cuja V edição foi realizada este ano. “O ex Ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannichi sugeriu inclusive que Passo Fundo fosse, além da Capital Nacional da Literatura, a capital nacional dos direitos humanos por causa do Colóquio. O Colóquio coloca Passo Fundo na agenda social nacional”, conta.
(Valda retomou os estudos depois de 32 anos motivada pelo projeto Promotora Legais Populares / FOTO LILIANA CRIVELLO) Direito Humano à Cidade De acordo com Peralta, outra ação, ainda em processo de desenvolvimento, é o projeto Direito Humano à Cidade. Este projeto vem sendo desenvolvido pela comissão e implica fundamentalmente na realização de reuniões junto às lideranças dos 22 setores da cidade. “São duas rodadas de reuniões, a primeira foi para fazer um levantamento das demandas sociais dos setores e a segunda para sistematização dessas demandas. Dois educadores da comissão acompanham essas reuniões e no final do processo o produto esperado é que cada liderança desses setores tenham sistematizado suas demandas para que o direito à cidade fosse respeitado”, explica ele. Destaca o coordenador que essas reuniões mobilizaram mais de 260 lideranças do município na discussão sobre os desafios colocados para que Passo Fundo seja uma cidade que garanta a dignidade das pessoas. Uma agenda popular dos setores será sistematizada no final do processo formativo. Este conjunto de reuniões deverá servir, posteriormente, para que cada setor tenha subsídios para cobrar do poder publico a garantia dos direitos necessários para o respeito aos direitos humanos.
(Um dos trabalhos realizados pela Comissão foi feito junto aos moradores do Beira Trilho, levantando a problemática que envolve a situação, a violação do direito à moradia / FOTO LILIANA CRIVELLO) Matéria feita pelo Jornal Diário da Manhã no dia 07/08/2012 link para ver a matéria : file:///C:/Documents%20and%20Settings/Valda/Desktop/Combatendo%20a%20viol%C3%AAncia%20contra%20a%20mulher.htm

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