Mulheres da Paz começam trabalho de campo
Neste dia 14 de junho as mulheres da paz das quatro regiões de Passo
Fundo reuniram-se no salão do júri para uma atividade que teve o objetivo de integrar
e fortalecer os laços com a equipe multidisciplinar e as entidades e autoridades
parceiras do projeto. Inclusive com a presença das Promotoras Legais Populares.
Durante o evento, representantes de cada uma das regiões de abrangência
do Projeto Mulheres da Paz se manifestaram sobre o desafio de serem
conselheiras e mediadoras de conflitos. Elas também entregaram às autoridades
uma “Carta Aberta” das Mulheres da Paz para Passo Fundo.
A partir dos
próximos dias, elas começarão a atuar junto às comunidades, aonde terão a
responsabilidade de difundir a cultura da paz, por
meio de ações sociais.
Carta das Mulheres da
Paz para a comunidade de Passo Fundo
Nós, Mulheres da Paz de Passo
Fundo, através do conhecimento que construímos, temos a missão de ouvir e
orientar as pessoas da comunidade para que busquem uma vida com dignidade
humana.
Sabemos que vivemos numa democracia
e, por mais que seja possível apontar uma série de problemas existentes na vida
social e política da nossa sociedade, não podemos enfraquecer diante desta
realidade, precisamos sim, é lutar pela garantia dos direitos humanos, de todo
cidadão e toda cidadã.
Quando refletimos sobre os direitos
humanos sonhamos com uma Passo Fundo melhor, onde haja, conforme estabelece a
nossa lei maior, a Constituição Federal, igualdade, respeito, educação, saúde,
trabalho, segurança e lazer para todos/as.
Para que isso se torne realidade é
preciso ter um olhar carinhoso para as pessoas que residem nas periferias, o
cinturão que envolve nossa cidade, pois elas não têm esses direitos preservados
e garantidos. Cabe a nós, Mulheres da Paz, ajudar a comunidade a enfrentar as
violações de seus direitos e, mais do que isso, ajudá-las a viver protegidas
para que nenhum de seus direitos seja violado.
Acreditamos no sucesso de nossa
caminhada, mas para isso precisamos de uma integração de todos os órgãos
públicos locais para, dessa forma, podermos agir para mudar a realidade atual
de nossos bairros em alguns pontos específicos. Por isso viemos, por meio
desta, reafirmar alguns direitos que, em nossa visão, ainda não estão sendo
garantidos na íntegra.
No que se refere à saúde, temos
como necessidades primordiais a qualificação dos ambulatórios para que as vagas
sejam preenchidas, com médicos especialistas à disposição e, ainda, para que
haja Cais conforme a demanda dos bairros.
Quanto à juventude, é essencial que
se invista em políticas públicas de prevenção e tratamento para dependentes
químicos, devido à grande demanda do momento. Temos também que ampliar os
espaços públicos para a convivência da juventude, para a prática de esportes e
para o lazer em geral.
Fundamental também que tenham acesso à educação de qualidade.
Em relação à educação e à moradia,
avaliamos a urgência de escolas de ensino médio nos bairros que ainda não tem
este atendimento, pois em razão da ausência de condições de acesso à escola,
adolescentes e jovens trocam o conhecimento pelas ruas. Também há a necessidade
urgente de retorno do funcionamento das creches em turno integral, já que os
pais não trabalham apenas meio turno. No que se refere à moradia, uma atenção
maior para as necessidades primárias, viabilizando água e luz.
Em razão de a violência doméstica
ser marcante em nosso município, precisamos que a Delegacia da Mulher funcione
permanentemente, inclusive com plantões nos finais de semana. Também são
necessárias políticas públicas de prevenção à violência e a melhorias na rede
de atendimento à Mulher. E ainda, conforme prevê a Lei Maria da Penha,
necessitamos da criação de juizados especiais para atender a violência
doméstica e familiar contra a mulher. Acima de tudo precisamos reeducar a
sociedade para que as mulheres não tenham seus direitos violados.
Por isso, contamos com o apoio da
sociedade e, principalmente, do poder público para que a nossa luta não seja em vão. De forma integrada e
contendo com o engajamento consciente de cada cidadão/ã podemos construir uma
cultura de paz com vistas ao crescimento de nossa comunidade de modo que todos
possam viver com dignidade humana.
estou muito feliz por estar participando do projeto Mulheres da Paz
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